Tempos de crise
Trabalho Biográfico

Quem somos nós?

Como terapeutas de Trabalho Biográfico, apoiamos há vários anos, pessoas que querem encontrar um sentido para as suas vidas. Através do conhecimento profundo do que lhes sucedeu em cada etapa das suas existências, tirando partido das coisas boas e compreendendo como as dificuldades as ajudaram a crescer, podem transformar mágoas que ficaram em liberdade e alegria. Cada um faz, através desta viagem, um caminho de autoconhecimento por ganhar mais consciência de si próprio. Aprende a viver melhor consigo e com os outros que o rodeiam. Este é o nosso trabalho terapêutico.

Que temos nós, Vica e Rosa, e os colaboradores convidados, para vos oferecer? Ouvir o que cada pessoa nos quer dizer. Falar com alguém que nos sabe escutar é bom e curador. Nós aprendemos a não julgar e cada um pode estar seguro de que não vai escutar críticas nem julgamento deste lado. Poder dizer o que lhe vai na alma é libertador. Se estamos sós, uma conversa amena e calorosa mitiga a solidão e ajuda a encontrar um sentido. Hoje vivemos uma situação muito particular e as dúvidas e inquietações podem crescer dentro de nós e tomar conta. Que quer isto dizer, tudo que está acontecer comigo, com a minha família e os meus amigos? Como posso lidar com o que se passa neste círculo mais pequeno e num círculo maior que é o palco do mundo? Tantos doentes, tantos mortos, tudo tão negro mas também tanta gente generosa, solidária e fraterna. Que sentido tem isto tudo? Que posso fazer por mim e pelos outros?

Temos sugestões que o podem ajudar a sentir-se melhor, a pensar mais além do que os meus olhos mostram… Que “me dizem os meus olhos para além do que vejo”? Também pode jogar o jogo Memórias Felizes “, ler a História do Baú e falar sobre estas actividades connosco.
Como fecho desta apresentação recordamos Viktor Frankl (1905-1997), neurocirurgião e psiquiatra vienense, fundador da Logoterapia. Aos 37 anos, durante a ocupação nazi, opta por ficar em Viena para não abandonar os pais. Em consequência é preso e deportado, estando os três anos seguintes em quatro campos de concentração onde foi despojado da sua identidade, passando apenas a ser um número, e sendo submetido às mais duras provas. Perdeu os pais, a mulher grávida e outros entes queridos. Nestas condições, conseguiu encontrar um sentido para o seu sofrimento e a sua vida. diz-nos o seguinte no seu livro Um Psicólogo no Campo de Concentração (1946): “Por outro lado, mesmo se a pessoa não puder mudar a situação que causa o seu sofrimento, pode escolher a sua atitude.” Também nos diz “quando não podemos mudar uma situação, somos desafiados a mudar-nos a nós mesmos”.



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Jogo das Memórias Felizes

Instruções

Já alguma vez jogou o Jogo da Glória ou o Jogo do Ganso?
É parecido, mas agora trata-se de ir ao saquinho dos tesouros das suas memórias e jogar com elas.

Materiais necessários

1 folha de papel A4, se for cartolina, melhor.
1 lápis de mina preta, 1 lilás, 1 amarelo, 1 rosado, 1 azul clarinho, 1 amarelo clarinho, 1 vermelho, 1 cor de laranja e 1 azul forte. Se não tiver estas cores, não se preocupe, use outras. Pode utilizar o modelo que enviamos, se tiver possibilidade de obter uma fotocópia.
2 dados
1 pequeno objecto por jogador
1 prenda simples para o vencedor. Os restantes jogadores receberão um prémio de consolação do vencedor.

O prémio do vencedor e os prémios de consolação devem estar escolhidos e prontos a entregar no final do jogo. Se estiver a jogar online, pode enviar uma mensagem, uma música, um poema… para os outros jogadores.

Número de participantes: 1 a 6 , dos 6 aos 80 anos ou mais…

Se estiver sozinho e lhe apetecer jogar pode fazê-lo com um amigo, um familiar ou connosco por telefone, skipe, whatsapp ou zoom.

 
Como jogar

1º - Fazer o tabuleiro se não tirou fotocópia do modelo que enviamos. Esta actividade pode ser feita por todos os participantes ou pelos que forem definidos pelos jogadores.
2º - Escolher a ordem de entrada no jogo, lançando os dados. Começa o que tiver mais pontuação iniciando da esquerda para a direita, no sentido dos ponteiros do relógio. Ganha o jogador que chegar primeiro à casa 63.
3º Ordem do jogo
O 1º jogador lança os dados, avança até à casa da pontuação atingida e conta para todos uma coisa boa (uma memória feliz) que lhe tenha acontecido na idade correspondente à casa. Cada jogador conta uma memória feliz na sua vez. Os restantes jogadores devem manter silêncio enquanto ouvem o relato para que não haja interrupções. Terão oportunidade de falar quando chegarem à sua casa. Se a idade do jogador for inferior ao número de casas não precisa deixar de jogar, pode imaginar como seria um momento feliz quando chegasse a essa idade.
Desejamos que cheguem ao final com o vosso saquinho cheio de tesouros.

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Como exemplo o jogo do Ganso

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A história do baú

“A Primavera já estava aí, mas ainda fazia frio, a cabana onde o menino morava estava gelada e a lenha já tinha acabado. A neve lá fora não tinha ainda derretido.
O Menino, pôs o gorro, vestiu um casaquito mais quente e lá foi ver se encontrava ainda alguns gravetos.
Escavou, escavou, levava umas luvas daquelas que têm os dedos de fora… Já tinha um molhito razoável e pensou: “vou levar mais uns tantos” e esgravatou mais fundo e…
- Olá, que é isto? Fez uma covinha maior e, espanto?!!! Um pequeno Baú, de madeirinha… polido pelo tempo, mas estava fechado…
- Bem, onde há uma fechadura fechada, deve haver perto, uma chave…
Escava em volta e…
- Achei!!! Uma pequena chave que cabia lindamente na fechadura… duas voltinhas e… já está!
O Menino abre o Baúzito e…

o menino

Agora perguntamos nós:

- Que coisas boas, maravilhosas, temos para pôr dentro do Baú? Todos temos um baú das recordações, um saquinho dos tesouros que às vezes com a vida já esquecemos. Mas sabem uma coisa? A gente não se lembra, mas fica tudo gravado cá dentro…

REFLEXÃO: Temos o coração físico, orgânico, que tem 2 aurículos (onde corre o sangue bom, aurículo lembra ouro…) 2 ventrículos… e o sangue arterial não pode estar misturado com o sangue venoso. Para não ficarmos doentes, tem por vezes de se colocar uma válvula mitral… pois é… o coração das nossas almas também guarda tristezas e alegrias que se estão muito misturadas adoecem a alma… Ah mas também temos uma válvula mitral da alma, aquela chavinha de ouro que separa as duas coisas… quando as tristezas pesam mais, com a nossa chavinha abrimos um bocadinho para o lado das alegrias e deixamos que elas suavizem os desgostos… É só tentar…


Rosa Halpern
biografico@ephesus.pt
Tel: 917 727 655

Maria Everilde Miranda da Silva (Vica)
biografico@ephesus.pt
Tel: 912 177 978